MARCOS DA ADOLESCÊNCIA: O DESAMOR


Família
2/10/2018
Acabar com alguém nunca é fácil, não o é em nenhuma idade, mas para um adolescente uma rutura pode ser um autêntico drama... Algo semelhante ao "fim do mundo". Deixamos-lhe aqui umas dicas para apoiar os seus filhos sempre que precisarem, para que, como mãe ou pai, esteja lá da melhor maneira possível.

Na adolescência, os nossos filhos têm tendência a afastar-se de nós, levando, regra geral, uma vida muito mais independente. Já não nos chamam quando lhes dói alguma coisa e lhes darmos um beijinho para o curar e menos ainda se o que está ferido é o coração deles. No entanto, aperceber-se-á que se passa “alguma coisa” com eles, quando passam a ficar mais tempo em casa, refugiando-se no conforto familiar a fim de evitarem o seu "ex" e sentirem-se protegidos. Se tem uma boa relação com o seu filho, converse calmamente com ele, ou com ela, sobre o que lhe aconteceu, mas se raramente discutem assuntos do coração, vamos contar-lhe aqui algumas coisas a ter em conta. 

"Estar lá" para o seu coração

Nunca é divertido quando alguém acaba connosco, mas muitas vezes também não o é para a pessoa que termina a relação, em especial se o motivo é a incerteza quanto aos sentimentos da outra pessoa (já não vivemos isto num ou outro momento?). Tenha isso em mente, porque seja qual for o caso do seu filho, a situação será difícil para ele. 

O drama não é seu

Compreenda e mostre solidariedade, seja carinhosa, ouça-o e ofereça-lhe palavras tranquilizadoras e de apoio sempre que seja necessário, mas não caia no dramatismo dele: não há necessidade de parecer tão devastada ou afetada como o seu filho. Se chegou a conhecer o ex, não exteriorize excessivamente o que também pode sentir, seja discreta e franca, mas não diga coisas como "ainda bem, nunca gostei dele" ou "que pena, era tão querida", assim não conseguiremos ajudar nada…

Não subestime a angústia do seu filho

Para si, é tão simples como pensar "há outros peixes no mar", mas não lho diga. Lembre-se dos seus anos de adolescência e imagine os “altos e baixos” que estará a sentir. Mesmo que o seu filho não queira conversar, você deve saber ouvir, porque, mais cedo ou mais tarde, ele acabará por lhe contar alguma coisa. Não se apresse a oferecer muitas soluções e a tentar consertar as coisas. Em vez disso, pode contar-lhe as suas próprias experiências, sem entrar em muitos pormenores, mas ao recordar os seus próprios dias de adolescente e as ruturas que viveu, estará a transmitir-lhe que compreende o que ele está a passar.

Se estão divorciados, procure assegurar-lhe que nem todas as relações acabam mal e que às vezes é possível manter uma amizade, mesmo que já não exista amor.

Mantenha-se por perto, permitindo que o seu filho se refugie no quarto e, claro, certificando-se de que se está a alimentar bem e que, pouco a pouco, começa a recuperar, a sair com os seus colegas, a praticar desporto, a fazer atividade física, etc.

Assim como as provocações dos irmãos mais velhos não eram aceitáveis na infância, tão pouco o são agora. A sua experiência não deve transformar-se, em caso algum, numa piada com o objetivo de aliviar o ambiente do lar, os corações partidos curam-se com amor.

Ajude-o a olhar em frente. Incentive as coisas boas da sua vida e lembre-lhas. Podem fazer alguma coisa de que gostem os dois, uma viagem, uma tarde às compras, ir a um jogo de futebol ou jantar no seu restaurante favorito.

Por último, esteja alerta. Não importa quanto tempo tenham namorado ou que pareça estar a recuperar em pleno, uma rutura pode afetar muito determinadas pessoas. Esteja consciente da possibilidade de depressão na adolescência e se se tornar uma preocupação, fale com o seu médico de família sobre os recursos que podem ajudá-lo a recuperar. Mesmo que o seu filho seja completamente incapaz de conversar consigo sobre os seus problemas, lembre-o amiúde que se preocupa: deixe a porta aberta para ele falar consigo sempre que tiver necessidade.

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