MARCOS DA ADOLESCÊNCIA: O DESAMOR
Na adolescência, os nossos filhos têm tendência a afastar-se de nós, levando, regra geral, uma vida muito mais independente. Já não nos chamam quando lhes dói alguma coisa e lhes darmos um beijinho para o curar e menos ainda se o que está ferido é o coração deles. No entanto, aperceber-se-á que se passa “alguma coisa” com eles, quando passam a ficar mais tempo em casa, refugiando-se no conforto familiar a fim de evitarem o seu "ex" e sentirem-se protegidos. Se tem uma boa relação com o seu filho, converse calmamente com ele, ou com ela, sobre o que lhe aconteceu, mas se raramente discutem assuntos do coração, vamos contar-lhe aqui algumas coisas a ter em conta.
"Estar lá" para o seu coração
Nunca é divertido quando alguém acaba connosco, mas muitas vezes também não o é para a pessoa que termina a relação, em especial se o motivo é a incerteza quanto aos sentimentos da outra pessoa (já não vivemos isto num ou outro momento?). Tenha isso em mente, porque seja qual for o caso do seu filho, a situação será difícil para ele.
O drama não é seu
Compreenda e mostre solidariedade, seja carinhosa, ouça-o e ofereça-lhe palavras tranquilizadoras e de apoio sempre que seja necessário, mas não caia no dramatismo dele: não há necessidade de parecer tão devastada ou afetada como o seu filho. Se chegou a conhecer o ex, não exteriorize excessivamente o que também pode sentir, seja discreta e franca, mas não diga coisas como "ainda bem, nunca gostei dele" ou "que pena, era tão querida", assim não conseguiremos ajudar nada…
Não subestime a angústia do seu filho
Para si, é tão simples como pensar "há outros peixes no mar", mas não lho diga. Lembre-se dos seus anos de adolescência e imagine os “altos e baixos” que estará a sentir. Mesmo que o seu filho não queira conversar, você deve saber ouvir, porque, mais cedo ou mais tarde, ele acabará por lhe contar alguma coisa. Não se apresse a oferecer muitas soluções e a tentar consertar as coisas. Em vez disso, pode contar-lhe as suas próprias experiências, sem entrar em muitos pormenores, mas ao recordar os seus próprios dias de adolescente e as ruturas que viveu, estará a transmitir-lhe que compreende o que ele está a passar.
Se estão divorciados, procure assegurar-lhe que nem todas as relações acabam mal e que às vezes é possível manter uma amizade, mesmo que já não exista amor.
Mantenha-se por perto, permitindo que o seu filho se refugie no quarto e, claro, certificando-se de que se está a alimentar bem e que, pouco a pouco, começa a recuperar, a sair com os seus colegas, a praticar desporto, a fazer atividade física, etc.
Assim como as provocações dos irmãos mais velhos não eram aceitáveis na infância, tão pouco o são agora. A sua experiência não deve transformar-se, em caso algum, numa piada com o objetivo de aliviar o ambiente do lar, os corações partidos curam-se com amor.
Ajude-o a olhar em frente. Incentive as coisas boas da sua vida e lembre-lhas. Podem fazer alguma coisa de que gostem os dois, uma viagem, uma tarde às compras, ir a um jogo de futebol ou jantar no seu restaurante favorito.
Por último, esteja alerta. Não importa quanto tempo tenham namorado ou que pareça estar a recuperar em pleno, uma rutura pode afetar muito determinadas pessoas. Esteja consciente da possibilidade de depressão na adolescência e se se tornar uma preocupação, fale com o seu médico de família sobre os recursos que podem ajudá-lo a recuperar. Mesmo que o seu filho seja completamente incapaz de conversar consigo sobre os seus problemas, lembre-o amiúde que se preocupa: deixe a porta aberta para ele falar consigo sempre que tiver necessidade.
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